Ensaio sobre movimento que desafia o fechamento de escolas e a maré
conservadora. Quem são, o que querem e como se organizam os garotos e garotas
que estão fazendo São Paulo pensar
Katya Braghini, Paula Maria de
Assis, Marianna Braghini Deus Deu, Andrezza Silva Cameski
Estudar xingamentos não é difícil. O xingamento é anúncio simples,
drástico, um slogan que tenta demarcar rispidamente um
ponto de vista, uma forma de ver o mundo, uma representação construída sobre
pessoas, coisas, instituições. Um xingamento corta a paisagem e tenta ser a
verdade. Recruta as nossas faculdades de atenção.
Chamar alunos que ocupam escolas de “parasitas sociais”, porque eles
simplesmente não aceitam o novo plano de governo do estado de São Paulo chamado
“reorganização escolar” não é só injusto, já que eles estão em conformidade com
o direito que lhes pertence. Representa também, muito claramente, o repúdio de
uma parcela da sociedade paulista diante dos princípios da dignidade humana
estabelecidos em um estado democrático de direito; aquilo que delimita as
regras de exercício de poder do estado diante de sua própria administração.
Atentos à ordem e à harmonia social como expressão máxima da
sensibilidade política, ignoram a contradição e as lutas sociais como condição
essencial do sistema político que os rege; espelham o seu desconhecimento que é
distribuído como verdade absoluta; regem o absurdo como uma contra-educação.
(...)
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Katya Braghini – Professora
doutora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Pesquisadora
do PEPG em Educação: História, Política, Sociedade (EHPS/ PUC-SP).
Paula Maria de Assis – Doutora
em Educação pela PUC-SP. Professora da Faculdade de Campo Limpo Paulista
(Faccamp).
Marianna Braghini Deus Deu – Sociológica formada pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São
Paulo (FESP). Está participando do movimento de ocupação das escolas.
Andrezza Silva Cameski – Mestre
em Educação pela PUC-SP. Professora de literatura da rede privada de ensino –
24.11.2015
IN Outras palavras.
Análise de universidade federal contesta reorganização escolar
Para professores da UFABC, estudo que deu base à proposta carece de
elementos científicos que comprovem eficácia.
Paulo
Saldaña e Victor Vieira
SÃO PAULO - O estudo que teria
motivado a reorganização da rede estadual de São Paulo não apresenta elementos
científicos para fundamentar, "nem sequer sugerir", que implementar
escolas estaduais com uma única etapa de ensino implica melhorias no desempenho
escolar. Essa é uma das conclusões de análise feita por professores da
Universidade Federal do ABC (UFABC) sobre o documento da gestão Geraldo Alckmin
(PSDB). A avaliação foi realizada a pedido do Ministério Público Estadual.
O estudo feito pela Secretaria Estadual da Educação
para dar base à reforma da rede, transformando 754 escolas em unidades de ciclo
único, foi revelado pelo Estado no mês passado. Além de fechar 93 escolas, o
projeto vai forçar a transferência de 311 mil alunos. O documento estadual não
chegou a ser divulgado oficialmente e foi obtido pela reportagem por meio da
Lei de Acesso.
Na análise dos autores ligados à UFABC, questiona-se o
fato de que apenas o Índice de Desenvolvimento da Educação paulista (Idesp) de
2014 tenha sido levado em conta. Também é questionada a falta de debate
anterior - um dos motivos das ocupações em 194 escolas. A Secretaria da
Educação afirma que outras variáveis foram usadas.
(...)
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Paulo
Saldaña e Victor Vieira – 01.12.2015
IN Estadão.com.