País desenvolve modelo de
conservação com concessões de terra a comunidades locais.
Daniela Chiaretti
O
carro está parado no acostamento, todos os passageiros desceram e olham para
cima. Na copa das árvores altas há duas sombras e algum movimento. A dupla de
macacos-aranha logo some na floresta, e os carros avançam pela estrada, com
mato denso pelas beiradas. Trata-se da Reserva Maia da Biosfera (RMB), o maior
corredor de biodiversidade da América Central, que envolve as pirâmides de
Tikal, o coração da civilização maia, no norte da Guatemala. Na floresta,
ruínas maias espalhadas por todas as partes lembram o passado, enquanto
comunidades rurais há mais de 20 anos provam que é possível viver da floresta.
Criada
em 1990, pela Unesco, a reserva tem um objetivo duplo: preservar a floresta e
promover o desenvolvimento social.
Florestas
representam hoje cerca de 15% da superfície da Terra e contêm perto de 25% de
todo o carbono que existe na biosfera. Conservar florestas é uma maneira de
combater o aquecimento global, de preservar a biodiversidade e de garantir
recursos hídricos. A experiência guatemalteca, de assegurar a posse da terra às
comunidades locais é uma tentativa de reduzir a pobreza, dar emprego e produzir
renda explorando recursos naturais de modo sustentável.
(...)
Daniela Chiaretti (de Petén, Guatemala) – 12.11.2015
IN Valor Econômico, ed. Impressa.