Quem
entendeu Keynes sabe que o governo não deve poupar mais quando o setor privado
luta para cortar gastos.
Pedro Paulo Zahluth
Bastos
Os lemingues são roedores do Ártico que, induzidos pelo
crescimento populacional, fazem migrações em massa nas quais muitos se afogam.
Já se imaginou que realizavam suicídio coletivo ao se atirar no mar ou em rios.
Hoje, a hipótese mais aceita é que apenas subestimam os riscos da travessia.
Os austericidas são economistas que pregam a austeridade como
remédio para atravessar uma recessão. Foram quase extintos na década de 1930
quando, sob sua influência, várias nações quase cometeram suicídio coletivo.
Passam por explosão populacional na década de 1970 e, no final de 2014,
chegaram ao poder no Brasil com o discurso de que não havia alternativa para
recuperar o crescimento e ajustar as contas públicas a não ser cortar gastos.
De nada adiantou o alerta Keynesiano que era melhor trocar a
política anticíclica desastrada que fora sugerida pela Fiesp e seus intelectuais,
ou seja, mais e mais subsídios, por uma política anticíclica baseada no
investimento público e no gasto social, como em 2009. Ou que o clamor
austericida nos levaria ao despenhadeiro: a deterioração das contas públicas
resultava da desaceleração do PIB e da queda das receitas tributárias, o que
seria agravado caso o governo realizasse uma política prócíclica.
(...)
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Pedro Paulo Zahluth
Bastos – Professor associado (Livre Docente)
da Unicamp e ex-presidente da Associação Brasileira de História Econômica – 24.11.2015
IN Valor Econômico, ed. Impressa.