sábado, 16 de janeiro de 2016

Polícia em xeque: como lidar com manifestações sem bombas nem pancadas


Atos contra fechamento de escolas em São Paulo têm sido tratados como um problema de segurança pública, e não como uma crise política. Sem diálogo, sobra truculência na tentativa de cumprir ordens.

Tatiana Dias e Ana Freitas
Nesta quinta-feira (2), estudantes bloquearam diversas avenidas de São Paulo com carteiras escolares para protestar contra a reorganização das escolas proposta pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). Os atos começaram pacíficos - os estudantes permaneciam sentados na via ecoando palavras de ordem. Mas a Polícia Militar estava orientada a agir para desobstruir o trânsito. Em vários casos, sobrou truculência.
A atuação da PM contraria recomendações internacionais. A Organização das Nações Unidas tem um documento que detalha as melhores práticas para a atuação policial em ambientes urbanos. Nele, há princípios como o uso mínimo da força, imparcialidade e objetividade, independente de provocação, e o policiamento de acordo com o respeito aos direitos humanos.
Outro documento publicado em 2006 pelo Fórum Executivo de Pesquisa Policial, em Washington, nos Estados Unidos, reúne experiências de chefes de polícia de países desenvolvidos, como EUA e Canadá, sobre as melhores práticas para conter multidões em protestos. Segundo o relatório, as forças policiais precisam ser capazes de garantir a segurança e o direito de protestar de todos os manifestantes.
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Tatiana Dias e Ana Freitas – 04.12.2015
IN Nexo Jornal.