quinta-feira, 23 de junho de 2016

As letras da lei


Direitos humanos para humanos direitos? Bandido bom é bandido morto? A advogada Betsy Apple, professora da Universidade Columbia, nunca ouviu essas expressões em suas andanças pelo mundo defendendo Amarildos. “São expressões equivocadas, direitos humanos fortalecem a todos”, diz ela. Como não há uma instituição suprema capaz de julgar as milhares de violações, ela propõe um trabalho interno: “Tudo começa em casa e deve terminar em casa”. Em outras palavras, que cada país garanta uma constituição forte e um judiciário independente.

Juliana Sayuri
Fevereiro de 2015, Carnaval, zika e zica alastrados, prisões abarrotadas, protestos abafados e o vídeo de um garoto de 16 anos sendo decapitado port-mortem em Joinville (SC) – a cabeça rolou no Facebook, mas a política ainda não encontrou o corpo -, difícil pensar que a Declaração Universal de Direitos Humanos, assinada em 1948, valha muito. “Direitos Humanos para humanos dirietos”, alguns gostam de dizer.
“Nunca ouvi essa expressão antes...”, espanta-se Betsy Apple, advogada americana diretora da Open Society Justice Initiative, instituição internacional que trabalha dando apoio jurídico para fortalecer o peso da lei em questões de direitos humanos. “Sinceramento não costumo ouvir pessoas de países periféricos dizendo ‘ah, direitos humanos, quem precisa deles?’ Ao contrário. Elas dizem ‘sim, precisamos, mas estamos tentando descobrir como fazê-los funcionar no mundo real’”, relata Appe, que já investigou ondas de estupros na África e desaiou a lei anti-sodomia na Jamaica. Em 2011, liderou uma campanha jurídica da PNG AIDS-Free World que levou o caso dos gays à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, argumentando que, ao criminalizar a homossexualidade, o governo jamaicano violava direitos humanos. Parece óbvio, mas foi a primeira vez em que a lei anti-sodomia, datada de 1864, foi questionada no país.
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Juliana Sayuri – De Nova Iorque – 06.02.2016.
Betsy Apple – Advogada estadunidense diretora da Open Society Justice Initiative.
In O Estado de São Paulo, caderno Aliás.