Na
região latino-americana como um todo, dois eventos marcaram positivamente o ano
de 2015. Em primeiro lugar, a reintegração de Cuba ao sistema inter-americano,
enterrando de vez um dos últimos vestígios da Guerra Fria na América Latina. E
não menos importante e significativo do fim daquela ordem, o processo de paz em
curso na Colômbia. Não sabemos o que esperar de 2016, mas também, como já dito
acima, não podemos concluir com certeza que o ciclo progressista iniciado em
2000 encontrou o seu limite. Os dois eventos acima sugerem que mesmo quando
existem fortes restrições sistêmicas há espaço para a agência humana
Maria Regina Soares de Lima e Letícia Pinheiro
Desde
os anos 60 a região tem passado por diferentes ciclos político-econômicos e
sociais. Nos anos 60 e início dos 70 a América do Sul experimentou o ciclo dos
regimes autoritários. Iniciando-se com a Argentina, seguiram-se os golpes no
Brasil, Uruguai e Chile. Mas nem todas as democracias sul-americanas sucumbiram
aos golpes militares. E nem todos eles foram iguais no grau de repressão e eliminação
das instituições políticas existentes. Os ciclos políticos sugerem a força da indução
de agentes sistêmicos, porém as diferenças nos seus efeitos demonstram que
estas interagem com as forças domésticas provocando diferentes resultados
políticos ou econômicos locais. No final dos 80 e início dos 90 a região
conheceu o ciclo das transições para a democracia. Novamente as diferenças
entre os casos da Argentina e do Brasil demonstram a interação entre as forcas
sistêmicas e as condições domésticas na produção de eventos ligeiramente
distintos. No primeiro caso, o processo foi de uma transição por falência do
regime autoritário, com a derrota militar na Guerra das Malvinas, ao passo que
no brasileiro a transição foi negociada com os atores do antigo regime num caso
de transição por transação à moda espanhola.
(...)
Para continuar a leitura e ler toda a entrevista, acesse http://observatorio.iesp.uerj.br/images/pdf/boletim/Boletim_OPSA_n_04_2015.pdf
Maria Regina Soares de Lima e Letícia Pinheiro – Professoras e pesquisadoras
de Ciências Sociais – Dezembro de 2015.
IN
Boletim OPSA (Observatório Político Sul Americano), do Instituto de Estudos
Sociais e Políticos Universidade do Estado do Rio de Janeiro IESP/UERJ, n. 04.