PT e PSDB são e não são o
que cada um pinta do outro. Domingo (26.10.2014), cada eleitor tem um e apenas um voto. A
operação a que eleitores são forçados não é simples ou pequena. Em tese,
deveríamos ser capazes de escrever duas longas equações, uma para o PT e outra
para o PSDB, em que incluiríamos todas as variáveis que consideramos
relevantes, cada uma delas com seu peso relativo. (...) A simplificação é
necessária. De outra forma, não teríamos como decidir em quem votar. A
simplificação só funciona se ela for capaz de sintetizar o que consideramos
relevante, apontando para a essência do que está em jogo.
Fernando Limongi
Eleição é o assunto. Ninguém está indiferente. Estão todos atentos.
Pesquisas são esperadas ansiosamente. Cada um lê e interpreta os números à sua
maneira. Oscilações nas intenções de voto deste ou daquele estrato alimentam
especulações e expectativas. Não há quem não tenha sua teoria ou explicação
sobre as estratégias que seu candidato deveria seguir e, obviamente, caso seus
conselhos fossem seguidos, abrir vantagem e vencer. A polarização é clara e
evidente. Não são poucos os amigos que, para preservar a amizade, deixaram de
conversar sobre política.
As pesquisas eleitorais confirmam que a eleição presidencial vem
despertando um interesse crescente. Na série histórica publicada pelo
Datafolha, desde 1994, nunca tantos declararam alto interesse e tão poucos
desinteresse pelas eleições presidenciais. Metade dos eleitores segue
atentamente a eleição e somente 13% dizem não ter qualquer interesse no pleito.
Na eleição passada eram mais de 20% os que não estavam nem aí para a eleição. A
mobilização é intensa. São Paulo assistiu ao inusitado: o PSDB pôs gente na
rua.
Com tanto em jogo, com tantos participando e com tamanha incerteza, não
é de se estranhar que o tom e a temperatura da campanha tenham subido. Os
candidatos partiram para o ataque e, como dizem os analistas, o nível da
campanha caiu. Em lugar de propostas, diz-se, eleitores teriam passado a ouvir
insultos, ataques pessoais e insinuações.
(...)
Para continuar a leitura,
acesse http://www.valor.com.br/eleicoes2014/3747238/imagens-estereotipadas-de-pt-e-psdb#ixzz3H3qyzixS
Fernando
Limongi – Professor de ciências
políticas na Universidade de São Paulo e pesquisador do Cebrap – 24.10.2014
IN Valor Econômico, versão impressa.