frente
à desaceleração do seu crescimento, e ao aumento das insatisfações sociais, a
Colômbia, o Peru e o Chile dispõem de muito poucas alternativas econômicas, no
curto prazo. Se transformaram em economias que só conseguem operar com
eficiência, e durante períodos limitados de tempo, como “fusíveis” de algum
“aparelho econômico” que seja mais amplo e complexo, mas que escapa
inteiramente ao seu controle.
José Luís Fiori
A
projeção de crescimento do PIB da Colômbia, Peru e Chile, para 2014, já
foi revista para baixo, várias vezes, neste primeiro semestre do ano. Junto com
a previsão de queda – cada vez maior - dos investimentos privados, e de subida
simultânea da taxa de inflação, nos três países. No caso da Colômbia, depois de
quatro anos de crescimento médio de 5%, a tendência atual aponta para uma taxa
inferior a 4%. A Associação Nacional de Instituições Financeiras (ANIF) da
Colômbia considera que o ciclo recente de crescimento do país acabou e foi um
caso típico de “voo da galinha”, puxado pelas vendas externas que
agora estão em queda (só para os EUA caíram 15% em 2013); pela indústria
que está em retração (já caiu para 12% do PIB); e pela agricultura que se sente
sem condições de concorrer, depois da abertura comercial do país, dos
últimos anos.
Um
panorama econômico que fica ainda mais complicado quando se tem presente que
mais de 40% da população colombiana já se encontrava abaixo da linha da pobreza,
em pleno período de alto crescimento do país, segundo o Escritório do Alto
Comissariado da ONU para os Direitos Humanos. Daí o pessimismo dos investidores
privados e a sua resistência frente ao grande plano de obras do
governo colombiano – no valor de U$ 25 bilhões – desenhado para
desbloquear a infraestrutura de transportes e comunicação da Colômbia, que é
péssima.
No
caso do Peru, as taxas de crescimento do ciclo recente foram ainda mais
elevadas (uma média de cerca d 7%) e por isto a perspectiva de queda em 2014 é
relativamente maior. O ex-ministro da Fazenda Pedro Pablo Kuczynski, do
Peru, prevê uma taxa de 4% ou talvez menos, e antecipa uma grande queda no
investimento privado durante este ano provocada pelas expectativas pessimistas
do empresariado, e pela consequente perda de posições do país junto aos
investidores internacionais.
(...)
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José Luís Fiori –
Professor Titular de Economia Política Internacional da UFRJ – 25.06.2014
IN Observatório
das Metrópoles.