O Brasil cresceu menos que os países
pequenos e primário-exportadores da América do Sul, mas, entre 2009 e 2013,
cresceu mais que México, Rússia, África do Sul, Canadá, Austrália e os países
desenvolvidos. A comparação deve ser feita entre países estruturalmente
semelhantes e também levando em conta a capacidade de crescer com equidade,
incorporação social e de forma sustentável.
Carlos
Pinkusfeld Bastos e Esther
Dweck
Na tentativa de criticar o governo brasileiro dos
últimos anos, alguns analistas comparam o crescimento do País com o de nossos
vizinhos da América do Sul. Entretanto, tentar nos comparar com nossos vizinhos
tem servido apenas como tática eleitoral, minimizando os desafios que todos os
países grandes e com estrutura produtiva diversificada têm enfrentado na atual
fase da economia internacional.
Comparações econômicas internacionais são mais
significativas e úteis quando realizadas entre países semelhantes, ou seja,
países cujo tamanho, estrutura populacional e produtiva, e de inserção
comercial são semelhantes.
Comparações tendo como base proximidade geográfica
podem ser traiçoeiras, ou, como diz o velho ditado, pode-se estar comparando
laranjas com bananas. Assim, a comparação do Brasil com outros países da
América do Sul, apesar de atraente pela localização geográfica, deve ser feita
com certo cuidado, para que não acabe criando distorções graves.
Os três gráficos seguintes comparam uma série de
países em termos de estrutura produtiva, tamanho populacional e da economia.
O Brasil é a barra vermelha e os demais países da
América do Sul são as barras verdes. Notem que nos três gráficos o Brasil está
de um lado e os demais de outro.
Um estudioso sem nenhum conhecimento geográfico
colocaria entre os pares do Brasil a Austrália, África do Sul, Turquia,
Argentina, México e até mesmo o Canadá, mas jamais o Paraguai, Equador,
Bolívia, Colômbia ou Chile. Aliás, este último país, que por sua história pós
1973 se tornou uma espécie de ícone dos conservadores, não poderia estar mais
distante do Brasil.
(…)
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Carlos
Pinkusfeld Bastos - Economista,
professor e pesquisador do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (IE/UFRJ)
Esther
Dweck – Doutorada em Economia pela Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), é assessora econômica do Ministério do Planejamento –
24.10.2014
IN Brasil Debate.