Como os EUA arriscam proteção de seus
cidadãos, e se isolam internacionalmente, para proteger grandes corporações e
poder do Estado.
Noam Chomsky
Um
princípio orientador da teoria das relações internacionais diz que a maior
prioridade do Estado é garantir a segurança. Como estrategista da Guerra Fria,
George F. Kennan formulou que os governos são criados “para garantir a ordem e
a justiça internas e para assegurar a defesa comum.” A proposição parece
plausível, quase evidente, até que um olhar mais atento pergunte: Segurança
para quem? Para a população em geral? Para o próprio poder do Estado? Para os
setores dominantes na sociedade?
Dependendo
do que queremos dizer, a credibilidade do princípio varia de desprezível a
muito alta. A segurança do poder do Estado é extremamente alta, como revelam os
esforços que os Estados desenvolvem para não serem transparentes a suas
próprias populações.
Em uma
entrevista na TV alemã, Edward Snowden contou que chegou a seu “ponto de
ruptura” ao “ver o diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, negar, sob
juramento do Congresso”, a existência de um programa de espionagem interna
conduzida pela Agência de Segurança Nacional. Snowden afirmou que “o público
tinha o direito de saber desses programas. O público tinha o direito de saber o
que o governo está fazendo em seu nome e contra ele”. O mesmo poderia ser dito
por Daniel Ellsberg, Chelsea Manning e outras figuras corajosas que atuaram segundo
o mesmo princípio democrático.
A
posição do governo é bem diferente: o público não tem o direito de saber,
porque a segurança seria severamente prejudicada. Existem boas razões para ser
cético diante de tal resposta. A primeira é quase totalmente previsível: quando
um ato de governo é revelado, o governo, por reflexo, declara motivos de
segurança. Em consequência, o resultado é pouca informação.
(...)
Para
continuar a leitura, acesse http://outraspalavras.net/posts/chomsky-seguranca-conceito-controverso/
Noam Chomsky – 11.03.2014
IN
Alternet (originalmente) e, em português, no Outras Palavras.
Tradução
– Antonio Martins
Primeiro
de dois artigos construídos a partir de palestra de Chomsky (em 28/2) para aNuclear
Age Peace Foundation.