Argumentar
que os neoconservadores são anti-intelectuais só nos coloca como vítimas em
defesa do sagrado saber – e esse é o ponto que eles querem provar.
Rosana Pinheiro-Machado
Os acontecimentos recentes nos museus de Porto Alegre
e São Paulo mostraram
como foi possível reduzir complexas formas de expressão a rótulos como o de pedofilia. Resta-nos
a sensação de que estamos de um cenário empobrecedor e autoritário que comprime
diversas camadas de significados em uma resolução encerrada aos gritos.
O populismo da nova
direita conservadora se caracteriza pela privação de debates e
promessas de soluções fáceis para problemas complexos. Tudo indicaria,
portanto, que ela é contra o conhecimento, as artes e a ciência.
Mas não é: a nova direita não é anti-intelectual, mas anti-elite intelectual.
Para além do que aparece na superfície, os neoconservadores possuem um
projeto intelectual claro que, por um lado, persegue um
tipo de conhecimento e, por outro, procura redefinir uma nova direção para a
sociedade global.
Em ambos os casos, o que está em jogo é a produção e a disputa de novos
regimes de verdade sobre a humanidade.
(...)
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Rosana Pinheiro-Machado – Cientista Social, Professora no Departamento de Desenvolvimento
Internacional da Universidade de Oxford – 10.10.2017.
IN Carta Capital.