Durante
a breve vigência da Constituição de 2015, o Supremo conseguiu derrubar
corruptos importantes porque, na luta para derrubar Dilma Rousseff, nenhum dos
analistas que hoje se preocupam com equilíbrio institucional dava a mínima para
isso. Os empresários, que hoje só querem estabilidade, inflavam patos e os
ânimos. Os partidos de direita que bradavam contra Delcídio hoje são o governo
e têm como prioridade se livrar da cadeia, nem que para isso tenham que livrar
também os petistas que derrubaram.
Celso Rocha de Barros
O Supremo Tribunal Federal não conseguiu explicar à opinião pública por
que Aécio não foi preso como foi Delcídio do Amaral. Tampouco conseguiu
explicar por que suas decisões contra Aécio terão que ser
referendadas pelo Senado, rota de fuga que foi fechada para Eduardo
Cunha.
Se as decisões sobre o candidato da direita na última eleição
presidencial estiverem corretas, as decisões sobre Delcídio e Cunha estavam
erradas. Se as decisões sobre Delcídio e Cunha estavam certas, Aécio deveria
estar preso.
Não sou constitucionalista, não tenho a pretensão de saber qual é o caso.
Mas é evidente que, se todas essa decisões foram constitucionais, o Brasil teve
outra Constituição durante a guerra para derrubar Dilma Rousseff.
Não se trata, apenas, de um
político corrupto escapando da Justiça. O caso de Aécio é representativo de uma
tendência muito mais grave: desde que o PT caiu, a maré anti-corrupção virou.
(...)
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Celso Rocha de Barros – 16.10.2017.
In Folha de S. Paulo.