sábado, 25 de novembro de 2017

Violência no Rio tem sido enfrentada na base do remendo, escreve sociólogo


 As questões não se esgotam no aspecto conjuntural. As soluções sustentáveis na segurança pública também esbarram em problemas estruturais bastante sérios.

Cláudio Beato
As semanas passadas nos trouxeram à memória cenas com as quais não estávamos mais habituados. O poder público atônito e a sociedade amedrontada assistiram a conflitos entre facções criminosas transbordando nos bairros de classe média e alta do Rio de Janeiro, numa ilustração do que é o cotidiano de muitas comunidades pobres da cidade.
O surto de violência serviu para nos lembrar de que a crise política e econômica tem diversas faces sociais —e que estas, embora também sejam dramáticas, infelizmente não recebem a mesma atenção. A pauta monotemática dos últimos anos só tem sido quebrada quando somos surpreendidos por presídios rebelados, chacinas, ações do crime organizado, embates nas fronteiras etc.
A população brasileira convive com o medo permanente, e os eventos recentes no Rio resumem nossos dilemas.
A capital fluminense, segundo dados do ISP - Instituto de Segurança Pública, conheceu redução gradativa e notável na sua taxa de homicídios: do pico de 1994, quando se contavam 74 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes, passou-se a 18,5/100 mil em 2015. No ano seguinte, contudo, o índice avançou para 20,5 e continua em ritmo crescente em 2017.
(...)
Para continuar a leitura, acesse




Cláudio Beato – Sociólogo – 15.10.2017.
In Folha de S. Paulo, Ilustríssima.