Sistema eleitoral
brasileiro hoje é modelo de eficiência e democracia.
Cláudia Izique
No dia 7 de outubro 138,5 milhões de brasileiros com mais de 16 anos
estavam alistados para participar do processo de escolha de novos prefeitos e
vereadores de 5.564 municípios. O voto é obrigatório e os que não compareceram
às urnas têm prazo de 60 dias para justificar a ausência, sob pena de multa.
Neste pleito, 15.601 candidatos de 30 partidos – muitos deles em coligação –
disputaram o cargo de prefeito e cerca de 450 mil, o de vereador, segundo
estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Todos estavam inscritos
desde o dia 30 de junho e, ao longo de 43 dias antes do pleito, partidos e
coligações puderam divulgar suas candidaturas em horário gratuito na TV. Poucas
horas após o encerramento das eleições, a maioria das cidades já conhecia o
nome dos futuros prefeitos e vereadores e aquelas com mais de 200 mil
eleitores, onde nenhum candidato obteve metade dos votos válidos (50%+1),
iniciaram os preparativos para o 2º turno, agendado para o dia 28 de outubro.
Quando forem proclamados os resultados finais, o Brasil certamente terá
mais uma vez dado provas da eficiência de seu sistema eleitoral. “Temos um
modelo dos mais bem-sucedidos na promoção da justiça política”, avalia Fernando
Limongi, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e da Universidade
de São Paulo (USP). O voto universal e obrigatório, o sistema de alistamento de
eleitores, as urnas eletrônicas e até mesmo o horário eleitoral gratuito – que,
em sua opinião, deve ser creditado na conta do financiamento público da
campanha – contribuem de forma inequívoca para subtrair força de grupos de
interesses e ampliar a participação política e, nos últimos 30 anos, ajudaram a
consolidar a democracia no país. “A Justiça Eleitoral e as decisões do
Congresso têm facilitado o acesso às urnas, permitindo que o eleitor se
manifeste”, completa Argelina Maria Cheibub Figueiredo, do Instituto de Estudos
Sociais e Políticos (Iesp) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
A evolução do sistema eleitoral brasileiro é tema de estudo do Centro de
Estudos da Metrópole (CEM), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão
(Cepid) financiados pela FAPESP, com a colaboração de pesquisadores ligados ao
Projeto Temático Instituições políticas, padrões de interação
Executivo-legislativo e capacidade governativa, coordenado por
Limongi e Argelina, igualmente apoiado pela Fundação. “O nosso objetivo é
analisar o sistema eleitoral brasileiro com um olhar menos comprometido com
modelos de democracias mais avançadas ou com a ideia de que, no Brasil, há
sempre uma catástrofe iminente”, ela explica.
Essa mesma perspectiva pautou a pesquisa de Jairo Nicolau, também
da UFRJ, recentemente publicada no livro Eleições no Brasil – Do Império
aos dias atuais, publicado pela Editora Zahar. “O Brasil tem uma das mais
duradouras experiências com eleições no mundo, iniciada há 190 anos, e um
sistema eleitoral dos mais eficientes, que dispensa a necessidade de
observadores internacionais”, sublinha Nicolau. “Hoje temos eleições limpas,
sem risco de fraudes. Há um ambiente democrático de liberdade. O eleitor decide
e seu voto não é adulterado, o que permite criar um ambiente realmente
competitivo.”
(...)
Para continuar a leitura, acesse http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/10/11/o-voto-que-realmente-vale/ - See more at: http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/10/11/o-voto-que-realmente-vale/#sthash.eyC8eiUv.dpuf
Para continuar a leitura, acesse http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/10/11/o-voto-que-realmente-vale/ - See more at: http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/10/11/o-voto-que-realmente-vale/#sthash.eyC8eiUv.dpuf
Cláudia Izique – Outubro de 2012
IN Revista Fapesp, Ed. 209.